A culpa pode ser descrita como um sentimento de sofrimento, um estado interno, gerado pela observação de um comportamento do passado julgado reprovável por nós mesmos. Ficamos frustrados ao comparar o que fomos ao o que gostaríamos de ter sido. Mas não culpamos apenas a nós, também atribuímos culpa aos outros quando, da mesma forma, julgamos seus comportamentos e os consideramos reprováveis em comparação a algum padrão preestabelecido.
A culpa serve para nos indicar a violação de nossos códigos internos de referência pessoal, ou seja, nossas crenças e nossos valores elevados. Ela se constitui numa estrutura mental que nos diferencia dos animais irracionais, pois somos capazes de nos arrepender quando causamos um mal a nossos semelhantes. Tanto é assim, que pode ser utilizada para avaliar o grau de evolução espiritual e social de alguém. Quem mata seu semelhante e não se arrepende, provavelmente será classificado como pouco evoluído espiritual e socialmente.
Por outro lado, a culpa pode se instalar de forma inadequada ou equivocada e limitar ou impedir a pessoa de alcançar algo melhor na escala social, econômica e cultural quando esta se julga pouco merecedora. Uma pessoa que segue o princípio da perfeição, por exemplo, está sujeita a se autopunir quando, mesmo ao conquistar um objetivo, avalia seu desempenho insuficiente, visto que poderia ser melhor.
Postado por: Dra. Ana Cláudia Foelkel Simões
Psicóloga Clínica (11) 97273-3448
