Quando falamos em transtornos alimentares, imaginamos pessoas esqueléticas que passam fome ou que provocam o vômito; estas são imagens típicas dos habituais tipos de transtornos alimentares, mas os especialistas descobriram agora que as pessoas estão sofrendo de outro tipo de transtorno alimentar e atribuíram-lhe um novo termo: ortorexia.
O que é a Ortorexia?
A ortorexia é um transtorno alimentar recentemente diagnosticado, que surge quando a pessoa se torna obsessiva quanto aos padrões daquilo que come. Ao contrário da anorexia ou bulimia, a pessoa permite-se comer, mas fica tão obcecada com o que come que todos os seus pensamentos ficam ocupados com a dieta.
Permitem-se apenas alimentos saudáveis. Calorias, vitaminas e nutrientes tornam-se o ponto focal da comida e qualquer coisa que contenha o mínimo vestígio do que está na lista do “não é permitido” não é consumido.
Embora todos possamos nos beneficiar ao adotar esta atitude de forma mais habitual, estes “mártires” levam a obsessão com o conteúdo dos seus alimentos ao extremo, e não se permitem, em circunstância alguma, um desvio do seu programa de tipos de alimentos autorizados.
Como identificar?
- Examina cada pormenor do que se encontra em cada alimento?
- Só se permite alimentos saudáveis?
- Consegue comer uma refeição preparada por outra pessoa?
- Observa e comenta a maneira como outras pessoas preparam a comida?
- Fica pensando em conteúdo nutricional durante o dia?
- Preocupa-se ao comer qualquer coisa que possa não ser “boa” para si?
- Perdeu muito peso recentemente sem seguir conscientemente uma dieta.
Os ortoréxicos podem ficar seriamente afetados e a comunicação em casa pode sofrer com isso. A pessoa pode começar a isolar-se dos seus semelhantes e tornar-se distante à medida que se vai fixando cada vez mais nas suas regras de dietas.
Para alguns, a capacidade de desempenhar trabalhos ou de estudar pode começar a declinar, à medida que a sua mente se ocupa cada vez mais com a sua dieta e com os alimentos que são permitidos, como articulá-los no seu dia-a-dia, quantas vezes se devem mastigar e por aí a fora. Há tantos fatores que envolvem estes transtornos alimentares que os pensamentos podem ficar totalmente ocupados por eles, deixando pouco espaço para outros rumos de ideias e a concentração e a motivação acabam por ficar na retaguarda.
Tratamento
Como muitos transtornos alimentares, a ajuda de um profissional psicólogo, nutricionista e quando necessário psiquiatra é normalmente requerida.
Embora a doença não seja tão conhecida como outros tipos de transtornos alimentares, pode ter o potencial de ser igualmente séria para a saúde e está entre os problemas semelhantes de controle de comportamento em relação aos outros transtornos alimentares, e a pessoa irá precisar de alguma intervenção profissional para ultrapassar o problema.
Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões
Psicóloga e Acupunturista (11) 97273-3448