Mente Sã, Corpo São

Ao falarmos sobre doenças emocionais, um dos primeiros problemas que vem à mente é a depressão. Porém, os males causados pelas emoções reprimidas são muito mais extensos e variados do que uma única doença. E para identifica-los é necessário prestar atenção na relação entre a mente e o corpo, pois nosso organismo nos dá sinais importantes sobre como a saúde mental está.

Quando dizemos que o ser humano é corpo, alma e espírito, falamos de um ser integrado que vivencia tudo nos três âmbitos e não conseguimos experimentar sensações só no corpo sem passarmos pela mente e emoção.

Além disso, quando não alcançamos os resultados pessoais e profissionais que desejamos, tendemos a desenvolver doenças psicossomáticas. Por exemplo: “Isso pode acontecer com uma pessoa que se sentiu rejeitada e ficou impaciente, com medo, com raiva, depressiva, ansiosa, com dificuldade de expressar seus sentimentos e opiniões, e como resultado tem a sensação de estar inadequada e desencaixada da vida”.

Relação Mente e Corpo.

O primeiro aspecto importante é que existem condições orgânicas – neurológicas e psicofísicas – e agentes externos – biológicos, químicos e mecânicos – agindo sobre o corpo e que predispõem às doenças. Quando presentes, estes dois fatores podem levar a enfermidades de diversas naturezas, como as doenças emocionais.

As alterações no organismo associadas a essas predisposições acabam comprometendo órgãos e sistemas e se manifestando como doenças físicas. Algumas delas, como lúpus, psoríase, dermatites e vitiligo acabam sendo consideradas como doenças emocionais típicas, porque é possível perceber uma associação muito grande entre a sua manifestação e situações de estresse intenso ou prolongado.

Em todas as doenças é possível encontrar os fatores emocionais que contribuem no agravamento do quadro clínico. Dessa forma, devemos sempre levar em consideração tais fatores. Estes, quando primários, são considerados como os causadores diretos das doenças e, mesmo secundários, estão sempre presentes interagindo e atuando sobre o organismo.

Algumas doenças respiratórias, de pele ou trato gastrointestinal são mais passíveis de terem influências emocionais, pois são afetadas diretamente pela alteração do sistema ligado à adrenalina e ao cortisol, por exemplo. Mesmo assim, é preciso ser cauteloso para não se criar um dicionário de sintomas, pois é muito comum as pessoas confundirem doenças que têm um caráter viral, bacteriano ou neurológico com traços de personalidade.

A origem da palavra emoção vem do latim emovere – onde “e” significa fora e “movere” quer dizer movimento -, a partir disso, entende-se que toda emoção humana existe para ser exteriorizada. Só que nós não aprendemos a fazer isso, a canalizar e soltar as emoções, elas ficam represadas porque socialmente todas as emoções são negativas e, dessa forma, são somatizadas no corpo. Ou seja, as emoções, que deveriam ser expressas, passam a ser reprimidas e podem desencadear diferentes doenças. Afinal, aprendemos desde a infância que devemos engolir sapo, e esse sapo entala, fazendo sintoma.

As doenças servem para enxergarmos aquilo que mentalmente não queremos enxergar. Ou seja, tudo o que aparece no corpo já pode ter sido avisado pela nossa mente seja no nosso inconsciente ou em pensamentos. Sabe aqueles avisos dizendo ‘pare de fazer isso, saia dessa empresa, mude seu relacionamento com seu marido, coloque limite no seu filho, pare de trabalhar em excesso’? Eles vão avisando e se não dermos atenção, isso vai para o corpo para que seja visível. Porém, existe uma cultura de sarar com a ajuda de remédios, evitando pensar no que a doença possa significar. É uma mensagem que quando entendida, o processo de cura é infinitamente mais rápido. Porém, aquele pensamento ainda não foi curado, e quando você parar o tratamento medicamentoso, tudo pode voltar.

Onde buscar ajuda?

Primeiro, é importante procurar um médico para tratar da parte física, a partir daí ele vai solicitar exames, receitar remédios e começar um tratamento. E, paralelamente, procure uma psicóloga, pois é preciso fazer um acompanhamento emocional e entender o que aquela doença está gerando em você. Isso vai te ajudar a entender a origem da doença, porque, todo remédio trata os sintomas e não a causa. Ai, dessa maneira, com esse tratamento, você consegue curar aquele pensamento do qual você foi avisado.

Postado por: Ana Cláudia Foelkel Simões

Psicóloga Clínica (11) 97273-3448

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