Gastrite Nervosa

A gastrite é chata! Não há dúvidas no entanto que aquela sensação de estômago queimando, que ocorre com frequência após uma refeição, mas também em jejum, acompanhada de outros sintomas (náuseas, inchaço abdominal, perda de apetite).

A linguagem corporal é clara mesmo que simbolicamente seja expressa através das funções de diferentes órgãos. É como um código que nos avisa sobre aspectos que, até então, evitávamos considerá-lo.

Quando o processo digestivo funciona perfeitamente, temos uma boa capacidade de “digerir” as experiências que encontramos em nossas vidas; ainda que existam “sapos”, “coisas amargas” e dificuldades, podemos encontrar alguma maneira de lidar com elas (ou mordê-las) e digeri-las, fazer com que de alguma forma, elas não “fiquem no estômago”.

Se, no entanto, essas situações são muitas vezes repetidas ou quando são, por sua natureza, contínuos “socos no estômago”, sentimos que elas estão nos atacando e diminuindo a nossa pessoa ou as nossas expectativas de vida, e então se tornam ameaçadoras do futuro que sonhamos.

O corpo – através do sintoma “queimando” – nos diz claramente: na sua vida há algo que você não pode digerir; cuide-se!

Imagine que nada mais funcione. “Engolir sapo” não funciona mais. Estresse, tristeza, ataques pessoais que foram recebidos por pessoas queridas ou por sujeitos aos quais não se pode mais responder: todas ou algumas dessas “mordidas indigestas” excederam seus limites. Raiva, ressentimento pela injustiça ou ansiedade, estão queimando (ainda que, às vezes, não se perceba o “puxar” dessas emoções).

De fato, a possibilidade de contenção ou de “gerenciamento automático” desses “alimentos” ruins, desagradáveis ou insuportáveis, acabou! A mucosa do estômago não dá mais conta de digerir tanto mal-estar.

A queima que vem de dentro, a linguagem clara da gastrite, nos convida a cuidar de nós. Ela fala do sofrimento da alma forçada às situações que não lhes pertence; por outro lado, indica o caminho que o Eu gostaria de fazer para uma expressão autêntica que capte as experiências da vida como desafios para crescer, melhorar, assumir a responsabilidade e agir em conformidade com suas escolhas, orientações e decisões.

A gastrite portanto pode acabar sendo de fato um aliado para a pessoa que dela sofre (ainda que seja desconfortável, é verdade). Esta “queimação” nos convida a observar, com cuidado o que é que na nossa vida não foi feito para nós. Quais experiências, querendo ou não, estão nos machucando. Isso nos empurra primeiro a pensar e argumentar sobre o nosso conceito de “digestível” e, em seguida, nos convida a dar um impulso de conscientização: reconhecer o que é que nos faz tão mal, o que é que não podemos digerir.

Claro, todos os remédios naturais, alopáticos ou dietas específicas podem ser úteis e fundamentais para curar a gastrite. Mas cada terapia será mais completa e profunda se também levarmos em conta a informação – para a consciência – do que a gastrite carrega dentro de si mesma.

Postado por: Dra. Ana Claudia Foelkel Simões

Psicóloga Clínica e Acupunturista (11) 97273-3448

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